Convulsão da Alma
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
A tua Sombra
sábado, 3 de dezembro de 2011
Eu
embriagada nos pássaros que vão rodopiando
que eu sei sobre o amanhecer ou o entardecer?
amo o lado escondido das sombras,a luz atravessa-me como alfinetes que teimam
Estou sentada, deitada, tanto faz sinto o desmoronar dos dias.
possuo apenas este corpo
domingo, 20 de novembro de 2011
em principio, tudo ira correr melhor agora e a ver se volto a escrever com mais frequencia, como antigamente. tenho imensas saudades de vos ler e passar bons momentos nos vossos cantinhos.
beijo_vos,
Lucia Pereira
De volta às grandezas da escuridão envolta em álcool que nos alucina e dilacera a mente, a alma. que estilhaça em mil pedaços o sexo queimado.
nada faz sentido aqui e tudo faz sentido no peito. Atirada às feras, o macho animal que se sente encurralado entre as fêmeas. A vontade de assentar entre estas paredes despidas é esmagadoramente grande. a queda é sempre para o abismo de promessas vãs e orgias alucinantes, um asfalto quente que nos prende os pés, que nos derrete a lingua e a única coisa que nos salva é precisamente a mentira e os olhares quebrados.
passo a esquecer, lentamente este corpo etéreo quase eterno, para passar a ser apenas um vácuo no tempo, algo que se perde numa fracção de segundos, nem se nota onde se esconde isto tudo, onde se guarda toda esta dor.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Uns dias na cidade deu nisto.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Gritos em Silêncio
Uma espécie de compaixão escorre aqui, gota a gota, dentro de ti. Permaneces deitado a meu lado, o dia acordou com pujança.
Acordaste com um grito, não um ruído, mas um grito que anestesiou os sentidos, que impede de ver e de ouvir. O que gritavas era apenas um devaneio ingénuo do teu amor que pretendia ser a supressão de todas as contradições, a supressão da dualidade do corpo e da alma e talvez mesmo a supressão do tempo.
Sentas-me à beira da cama, lábios que se tocam com a suavidade mas com ardor e prazer; As tuas mãos continuam tocando me sem cessar.
Passeiam pelas coxas, subindo lentamente.
Gemidos abafados pelos teus beijos, carícias constantes. As minhas unhas a percorrer as tuas costas, arranhando, provocando-te arrepios.
As tuas mãos agora passam pelos meus seios, apertando-os. A tua língua a percorrer o meu corpo.
O dia desagua pela nossa janela, somos enjaulados pela fina teia de néon, que nos vai corroendo a alma, à medida que penetras em mim, que despejas toda a tua sabedoria dentro deste meu corpo quase apodrecido.
Viro a cabeça compulsivamente, à procura do amor antigo, fantasmas que ainda pairam sob a tua cabeça.
Este era um momento de desprezo, tinha a vontade de fazer retirar tudo o que te dei, todo o meu corpo e atirar aos animais que passeiam nos meus pesadelos.
Tudo era uma mentira criada por nós;
(...)
Lúcia Pereira
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Eu.
que basta querer.
mas, na verdade, estou derrubada
sobre esta mesa suja dum bar verde.
embriagada nos pássaros que vão rodopiando
à minha volta,
os rostos pálidos, abandonados ao alcool.
dizem que tudo posso possuir,
que podia ter sido uma mulher feliz,
mas na verdade sinto-me bem nesta melancolia que se foi agarrando a mim
pouco a pouco, como algas se prendessem à minha pele.
que eu sei sobre o amanhecer ou o entardecer?
que sei eu sobre as mãos que ferem,
ou brotam sob sonhos quebrados?
amo o lado escondido das sombras,
a luz atravessa-me como alfinetes que teimam
em queimar a ponta dos dedos.
Estou sentada, deitada, tanto faz
e sinto o desmoronar dos dias.
as ruas desertas que passam rente ao coração.
possuo apenas este corpo
que não conhece o dom de se entregar,
possuo apenas estas mãos que apenas sobrevivem
para derramar sobre folhas,
as palavras que vão desaparecendo,
pouco a pouco, como a ausência do teu corpo.
Lúcia Pereira
sábado, 7 de agosto de 2010
Palavras
Resta-me agora a escrita
a eterna vontade de permanecer aqui entre as sílabas gastas,
o recomeçar de uma mentira que
se vai desenrolando no passar dos dias.
Escrever para além das memórias do meu corpo,
escrever para além do tempo que morreu.
o silêncio das palavras abandonadas.
Aqui, longe de tudo, morre-se aos poucos.
O tempo parou, já o disse.
Um vulcão queima-me o sangue
e derrete-me por completo a ponta dos dedos.
Meu Deus! preciso de mais Absinto, para que a lucidez do coração cesse também. Preciso beber, beber muito, para me perder, para a alma se perder por instantes na tranquilidade do meu próprio esquecimento.