Dizem que tudo posso terque basta querer.
mas, na verdade, estou derrubada
sobre esta mesa suja dum bar verde.
embriagada nos pássaros que vão rodopiando
embriagada nos pássaros que vão rodopiando
à minha volta,os rostos pálidos, abandonados ao alcool.
dizem que tudo posso possuir,que podia ter sido uma mulher feliz,
mas na verdade sinto-me bem nesta melancolia que se foi agarrando a mim
pouco a pouco, como algas se prendessem à minha pele.
que eu sei sobre o amanhecer ou o entardecer?
que sei eu sobre as mãos que ferem,ou brotam sob sonhos quebrados?
amo o lado escondido das sombras,a luz atravessa-me como alfinetes que teimam
amo o lado escondido das sombras,a luz atravessa-me como alfinetes que teimam
em queimar a ponta dos dedos.
Estou sentada, deitada, tanto faz sinto o desmoronar dos dias.
as ruas desertas que passam rente ao coração.
possuo apenas este corpo
possuo apenas este corpo
que não conhece o dom de se entregar,possuo apenas estas mãos que apenas sobrevivem
para derramar sobre folhas,as palavras que vão desaparecendo,
pouco a pouco,
como a ausência do teu corpo.
Lúcia Pereira
Aka
Lylia Violet
Um poema sofrido.
ResponderEliminarApesar disso é magnífico.
O teu talento poético continua intocável.
Querida amiga Lúcia, tem uma boa semana.
Beijo.
Querida Lúcia
ResponderEliminarUm coração sempre feito poema de amor, logo de dor...
Um outstanding 2012!
Beijo
Daniel