Jardim de Agosto
Sabes, amor, procuro por entre os teus buracos inúteis que se prenderam ao passado, mas a noite chega me sempre inquieta em ventos gelados.
Acendo um cigarro e converso com os meus fantasmas, enquanto passeias as tuas palavras recheadas de sedução perto de outros seres. Os teus dedos que tacteiam o teclado, tem fogo na ponta, queimando quem te lê no outro lado.
Escondes com o teu rosto as perversões criadas, enquanto eu, sentada, me perco entre pensamentos escondidos, lágrimas que me queimam a alma.
A tua ausência transparente, percorre a minha pele cortando-a como uma fina lâmina aguçada, provocando rios de sangue que pintam o nosso quarto. Manchando-o com a tua indiferença para comigo.
Por vezes, sinto-me só.
Não sei dizer de onde aparecem os muros que surgem no teu rosto, quando a minha mão toca no teu corpo; tudo o que dissemos perdeu a cor, a musica, o sentido, a paixão.
Tudo ficou para trás, quando me tocas, não te sinto como sentia antes, quando te toco tu não me sentes, mas nunca me sentiste antes.
Os olhos fecham-se agora com o peso das paixões desfeitas, e continuamos a respirar no nosso jardim de Agosto.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Poesias II
sou um ser que está petrificado com a seiva que escorre das manhãs,
e por de trás deste corpo, as palavras são silêncios perdidos
que sílaba por sílaba enterram-se no corpo
sílabas que estão contaminadas com a luminosidade dos barcos adormecidos
nenhuma máscara consegue esconder o rosto magoado,
desfolham-se os dedos sempre que tento escavar as palavras até ao coração
A noite aproxima-se
A noite jorra silêncios, estrelas e mar
Olho-te a adormecer, teu rosto derramado sobre o meu ombro
e por de trás deste corpo, as palavras são silêncios perdidos
que sílaba por sílaba enterram-se no corpo
sílabas que estão contaminadas com a luminosidade dos barcos adormecidos
nenhuma máscara consegue esconder o rosto magoado,
desfolham-se os dedos sempre que tento escavar as palavras até ao coração
A noite aproxima-se
A noite jorra silêncios, estrelas e mar
Olho-te a adormecer, teu rosto derramado sobre o meu ombro
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Poesias I
são oito horas da noite e alguns minutos
eu estou a flutuar irremediavelmente para longe.
o mundo parece despedaçar-se pelos oásis da minha loucura
este vácuo lento do tempo
começa a sugar o meu sangue,
deixando vazio a mente.
é-me desconhecida, por completo, a vida fora dos sonhos
e dos espelhos
onde brincavas com teias de delírios
com o sangue que escorria pela face
comemos a lucidez do asfalto
entramos no real
sei..eu sei que a mentira comanda o sonho
{mas é no sonho que te encontro}
Acordo.
Não semearei desgostos nem traições, por onde passar
eu estou a flutuar irremediavelmente para longe.
o mundo parece despedaçar-se pelos oásis da minha loucura
este vácuo lento do tempo
começa a sugar o meu sangue,
deixando vazio a mente.
é-me desconhecida, por completo, a vida fora dos sonhos
e dos espelhos
onde brincavas com teias de delírios
com o sangue que escorria pela face
comemos a lucidez do asfalto
entramos no real
sei..eu sei que a mentira comanda o sonho
{mas é no sonho que te encontro}
Acordo.
Não semearei desgostos nem traições, por onde passar
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Poesia
>
Como todos os dias, debrucei-me sob a minha janela e inspiro.
Inspiro com tanta força com medo que o ar se acabe naquele mesmo instante.
O sol andava desaparecido, o dia está abafado.
As palavras começam a vaguear pela mente.
Sei que se escrever parte de mim, ela se misturará com a realidade.
E sei também que a minha alma jamais coexistirá com a realidade.
Escrevo porque parte de mim está doente, enlouquecido.
Escrevo porque a minha outra parte luta para permanecer na lucidez.
Lucidez?
Renuncio esse cargo.
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