Resta-me agora a escrita
a eterna vontade de permanecer aqui entre as sílabas gastas,
o recomeçar de uma mentira que
se vai desenrolando no passar dos dias.
Escrever para além das memórias do meu corpo,
escrever para além do tempo que morreu.
o silêncio das palavras abandonadas.
Aqui, longe de tudo, morre-se aos poucos.
O tempo parou, já o disse.
Um vulcão queima-me o sangue
e derrete-me por completo a ponta dos dedos.
Meu Deus! preciso de mais Absinto, para que a lucidez do coração cesse também. Preciso beber, beber muito, para me perder, para a alma se perder por instantes na tranquilidade do meu próprio esquecimento.
Lúcia Pereira
Querida Lúcia
ResponderEliminarO caminho nunca está no fundo de um copo ou outra forma de alteração da mente, por mais atraente que isso possa parecer. Talvez fechando os olhos saibamos o que é tão fundamental na nossa vida, que ainda temos, mas cujo valor só sentimos quando perdemos. E a visão não é mais do que um dos sentidos...
Um beijo
Daniel
Todos precisamos de ópio.
ResponderEliminarMas convém que esse ópio seja natural, isto é, deve surgir a partir da nossa vontade, determinação e convicção.
O que sentimos é o resultado de um estado de espírito. E devemos aprender a estar de bem connosco próprios e com o mundo, mesmo não deixando de querer mais e/ou melhor. Esse é o melhor ópio que podemos encontrar. Usa e abusa.
Belíssimo poema, querida amiga. Gostei imenso das tuas palavras.
Bom fim de semana.
Um beijo.