domingo, 27 de junho de 2010

Palavras Perdidas

suspensa na tenebrosa linha entre a vida e a loucura
flutuando onde se derramam beijos e adeus
pela boca luminosa da noite

a minha personagem permanecerá
intacta,
o osso que velozmente sai pelo rosto
o riso que ironicamente escapa
a bala que raspa a nuca
faz te estremecer numa quase perversa orgia

não percebo mais os corpos e as ruas
não quero perceber
deixei de possuir o choro eterno da dor

de agora em diante, abandono-me apenas
em cada silaba neste conto inacabado

tudo o que me resta é apenas esta
mão louca pousada sobre o papel branco



e tu, já não moras em mim.

Lúcia Pereira

sábado, 26 de junho de 2010

A Ausência de mim

(...)

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pela linha ténue do mar

os dias lentos...sem ninguém


por vezes, dou por mim,
aqui sentada em cada letra que deposito
sem perceber bem como cá
vim parar.

perco-me por entre alucinações e
lágrimas ou risos enlouquecidos.

os dias lentos...sem ninguém.


(...)


Lúcia Pereira



Peço desculpa pela ausência, mas no momento estou sem internet
e não convem andar a abusar no trabalho:)
beijos a todos vós com imensa saudade de vos ler e reler

sexta-feira, 5 de março de 2010

Livro





Ola meus queridos amigos e leitores

Quero anunciar que o meu 1º livro de poesia já está à venda online:)

podem encontrar aqui :

http://www.worldartfriends.com/store/607-lucia-pereira-entre-o-desejo-e-o-esquecimento.html





Beijos e obrigada.
Sem voces nao era possivel:)


Lucia Pereira

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010





um fio de néon
te sustém no ar
como uma bailarina
prendendo-te ao irreal

E se a morte te esquecesse?


ficarias a brilhar como as estrelas
brilharias como os pirilampos nas noites escuras
brilharias como os diamantes nos finos pescoços
das mulheres esbeltas

E se a morte te esquecesse?



serias uma bailarina perfeita
ao som dos raios da lua
serias um sorriso numa face rosada de uma bela criança
serias o olhar apaixonado

mas a morte
lembrou-se de ti
e quis te retirar as asas
Tu foste mais esperta
e fugiste dela
fingindo o sono eterno

depois,
quando a morte se fartou de te procurar
apareceste
e como um passo de magia
voaste entres as falésias junto ao mar
voaste como um anjo
vencedor
sorridente

voaste
para longe


voaste
para o eterno

voaste
para a doce vida eterna

para o sonho
para o paraíso

e entre as melodias que cantavas
eu dançava como uma bailarina de papel
voava entre os teus dedos
e aparecia no teu sorriso majestoso
eu era feliz
quando, simplesmente entoavas uma doce canção




Lylia Violet
Com a Eterna Saudade, mamã

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal (?)

Feliz Dia De Consumismo!

ups, não era bem isso, era Feliz Natal



:)


Abraços e Beijinhos

domingo, 20 de dezembro de 2009

Poesia V

As palavras foram deixadas em cima de uma cadeira
despindo o corpo e deixando exposto ao
frio cortante que vinha do norte
fico apática
à espera de um olhar que me aqueça

Transformo-me em lua num dia de inverno
que ilumina as ruas geladas

invento sonhos numa terra longínqua
{continuo com frio
tento acender as fotografias tiradas no passado
e que pouco a pouco amareleciam com o passar dos anos
mas estou confusa
e completamente só

{continuo à espera de um olhar que me aqueça
{talvez o teu

um sombra corre pela brisa
e entra-me pelo quarto
os seus lábios mexem-se ou sorriem
olho-o deslumbrada

as nossas bocas unem-se
os olhares tocam-se
o frio sossega de repente

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Poesias IV

É de cravos
o cheiro que embala a minha alma
É de rosas o perfumar do teu corpo

Ó se minhas palavras arte fosse
Porque leal e amor sou
cravar-te-ei nas estrelas,
desenhar-te-ei nos rios e florestas
amar-te-ei sempre.


Beber-te moderno sumo do fruto.
Abundante por espasmos
Segredos intimos,
apenas revelados ao meu corpo.


Ó se eu poeta fosse
escrever-te-ia toda a minha alma
todo o meu amor.
Ó dor! Ó amor!
Ó dor! Eis-te amor. Meu amor.
Nem Vénus. Nem de Cnido nem de Milo.
Nenhuma Deusa perto de ti
é tão sublime, tão doce, tão meiga.


Amor! Ó amor!